quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

"Como é criado um Ironman "



O artigo abaixo, foi publicado pela Revista americana Triathlete Magazine em 2004, no encarte "Road to Kona". Alguns atletas já devem ter lido o texto que foi traduzido pelo nosso colaborador Rodrigo Roehniss e postado em algumas mídias sociais. Vale a leitura novamente!

Lição número 1 – O Ironman consumirá sua vida!


 
Você ficará obcecado pelo mundo do Triathlon. Você irá comprar vídeos de técnica de natação. Você vai chamar os triatletas profissionais pelos seus apelidos. Você vai ler as pesquisas de nutrição em Ironman. Você irá às lojas de triathlon com freqüência, achando que tem alguma coisa que você esqueceu de comprar, mas que você precisa. Você vai fazer várias listas do que você precisa levar para a prova; o que você tem que ter em cada transição, e o que você tem que fazer um dia antes da prova; e no dia da prova.





At Saucony,
We Run!

Você vai sorrir com satisfação de pensar que você vai ser um Ironman e ficar com “frio na barriga”, de medo em não terminar o Ironman. Depois da prova você vai sentir muito orgulho de si mesmo. Você não vai tirar a medalha de seu pescoço. Você vai comprar tudo o que puder, referente ao Ironman; roupas, bonés, mochila, e valorizar cada centavo das roupas que você comprou, tomando um extremo cuidado para não estragar.
Você terá mais respeito em relação aos voluntários que trabalham na prova. Você vai se sentir muito especial, como você tivesse entrado para um clube fechado. Você vai dizer: “EU SOU UM IRONMAN
Apesar de você nunca ter experimentado um alto nível de treino com corredores experientes, você vai passar a sentir essa experiência, de se sentir em um alto nível regularmente. Você vai achar que treinar é tão bom quanto fazer sexo. Você vai experimentar mais os “altos e baixos” de suas emoções em um dia do que normalmente você sente em uma semana.
Você vai se sentir excitado, frustrado, esperançoso, agressivo, desesperado, com dúvida, respeitado, louco e inspirado. Você vai se perguntar qual a razão da sua existência, e porque você está fazendo um Ironman – e você terá diferentes tipos de respostas todo o tempo. Você vai sonhar em classificar para o Hawaii, mesmo se a única chance que você tem é ser sorteado na loteria do Ironman.
Seu corpo vai ter um visual diferente; mais saudável, muscular, mais definido. Você vai caminhar com um estilo diferente – um novo estilo nos seus passos; um pouquinho de arrogância no seu estilo de caminhar. Você vai se sentir diferente, energizado, ainda cansado, relaxado, ainda empolgado. Você vai se achar diferente; mais confiante, determinado e focado.
Você vai desenvolver uma profunda e contínua mania de “vizualizar” garrafas d’água em qualquer lugar. Você vai ter pelo menos 10 caramanholas em algum lugar de sua casa, em diferentes lugares; na sua bike, na pia da cozinha, no escorredor de louça, ou na mesa da cozinha, já carregadas, prontas para serem colocadas na sua bike.
Você vai chegar atrasado no trabalho, fazer vários intervalos para lanchar, e sair mais cedo para treinar. Você vai dormir na sua mesa de trabalho. Você vai “rezar” para que seu chefe não fique bravo com você, ou você vai agradecer à Deus se você for o seu próprio chefe.
Você só irá pensar em seus dias de treino. Você terá problemas em pegar no sono, pois você antes de se deitar, já está pensando no treino do dia seguinte. Você vai compulsivamente, gravar todos os detalhes da sua planilha de treinos em seu computador: distância, tempo, intensidade, batimento cardíaco, a medida de suas braçadas, quilômetros por hora, minutos por quilômetro. Você irá sentir o seu progresso.
Você vai ficar pensando, como uma pessoa pode gostar de fazer 100 viradas em uma piscina olímpica, e pedalar por mais de 7 horas, e tentar entender como isso é possível! Você vai ficar feliz em completar seus primeiros 3,2km de natação, 160km de pedal e 32km de corrida, no treino longo. Você vai adicionar a palavra “desafio” no seu vocabulário e pronunciar com muito orgulho. Você vai extrapolar seu treino e as provas de curta distância (Péssima idéia!). Você irá aumentar o seu volume de treino todos os domingos e “transpirar” de orgulho, quando se aproximar das 25 horas de treinos semanais.
Suas conversas serão sobre suas experiências no Triathlon, sua planilha de treinos, e conselhos de corrida que você vai ler em revistas; e também de atletas que já fizeram um Ironman, e analisando quais os conselhos e dicas que servem para você. Você vai querer saber tudo sobre os últimos equipamentos e tecnologias. Você vai fazer perguntas como: “Um canote aero vai fazer com que eu seja mais rápido no pedal?” “Qual o tipo de roda ideal para a prova; 650c ou 700c?” “Qual a barra energética preferida?”
Fazer um Ironman, não é algo que se pode fazer em poucas horas. Depois de 6 a 9 meses de treino, você irá fazer a prova da sua vida.
Você vai gastar muitas horas treinando toda semana. E irá gastar várias horas pensando, sonhando, conversando, lendo e surfando na internet, sobre tudo que diz respeito ao Ironman. O Ironman vai consumir você. Sua vida vai girar em volta de treinar, dormir (deitar por volta das 21:00hs e se levantar antes dos entregadores de jornais e operadores da Bolsa de Valores), comer (você vai querer comer tudo o que ver); e beber (normalmente eu tenho 7 diferentes tipos de bebidas em minha geladeira).
A sua vida social vai fazer parte dos treinos de natação a partir das 5:00hs da manhã, dos treinos de pedal aos sábados, e dos treinos de corrida aos domingos. Se você é casado, tem filhos ou possui amigos que não são triatletas, peça aos céus que Deus os ajudem! (Desculpe-se com antecedência pela sua ausência, e diga à eles que tenham paciência com você).

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Joaquim Doeding relata sua 10ª vitória no Triathlon Internacional de Santos 2012




21º. Triathlon Internacional de Santos 2012: Uma prova dez

Logo na chegada, topei com o organizador e resolvi-lhe perguntar aquilo que há algum tempo já cozinhava na minha cabeça. Se ele se lembrava de que eu estivera ali, no Gonzaga, em 1992, participando do 1º. Triathlon Internacional de Santos 2012. Ou se ele sabia que eu, naquele momento, acabara de completar a minha 19ª edição da sua prova. Verbalmente ele não ficou mudo, porque esta nunca é sua característica. Em conteúdo, porém, a minha observação ficou sem resposta. Para aqueles que, como eu, há anos ou décadas descem a serra para participar desta prova, não há nenhum afago, nenhum reconhecimento. Para o organizador somos sombras que vem e vão despercebidas. Cansado disso e da prova resolvi partir para meu bem merecido banho de gelo. Pela 19ª vez, após cruzar a linha de chegada, recebo a enorme medalha de "Finisher" (já se passou a época em que alguma jovem pedia licença para pendurá-la no seu pescoço) e a camiseta "Finisher" (para quê, se já recebi uma camista no kit da prova? Todos guardinhas de rua, catadores e flanelinhas do meu bairro já estão uniformizados com elas), dobro a primeira à direita e novamente a primeira à direita, chego à barraca médica onde, agora já na horizontal, deixo-me encharcar com água gelada durante os próximos 10 ou 15 minutos até recobrar meus sentidos físicos e mentais.

Fato é que nesta prova existe uma distinção equivalente à Corrida de São Silvestre, em que há a elite. E há a categoria geral, a boiada. Em Santos é semelhante. Aos profissionais é dada a máxima reverência, enquanto amadores são tratados como meros coadjuvantes. O tratamento dado aos profissionais é merecido. É só consultar os resultados e vê-se que a grande maioria destes realmente faz parte de outra liga. E são eles que fazem da competição um show, com suas grandes performances, seu equipamento de primeiríssima linha e apresentações coloridas e estrelares. Eles atraem os patrocinadores para um evento, fato do qual todos participantes se benefeciam. Mas muitos dos amadores também não ficam muito para traz, apesar de não poderem se dedicar ao esporte em tempo integral, terem orçamentos restritos pela falta de apoio de patrocinadores e sem poderem contar com a assistência de um "entourage"
composto de massagista, RP, nutricionista etc. E é este contingente de amadores, que no domingo em Santos representou mais de 95% de todos participantes, foi responsável por parte proporcional no faturamento do evento. Nada mais justo, portanto, do que tratá-los de forma adequada.

No domingo, meu afago veio do público e dos amigos presentes. Aquí e ali escuto meu nome junto a palavras de incentivo que me impulsionam para a frente. Com aquele calor, aquela umidade e depois do pedal um pouco caprichado demais, quantas vezes não passou pela minha zonza cabeça dar só uma paradinha ou caminhadinha? Mas aí vinha outro "Vai, Joaquim". Calado, reergo minha motivação, vou em frente, seguindo a ordem recebida. Algumas são vozes conhecidas, outras anônimas, todas sinceras e animadoras. Sem desperdiçar forças, não olho, não me manifesto, sigo meu caminho. Mas uma coisa é claro: sem este carinho da torcida meus tempos seriam outros.

Enquanto houver o reconhecimento do meu desempenho naquele asfalto escaldante da forma como houve domingo, não dá para pensar em parar.
Após a sua 21ª. edição, o "Internacional" mereceria uma atualização. Um revamp, um botox aqui, uma lipo ali, um pouco mais de capricho na maquiagem, para trazer este evento dos anos 90 para o século XXI. Alguns detalhes técnicos merecem mudanças. Mas também a sua imagem precisa de um redesenho.
Em produtos isto é praxe, porquê não fazê-lo em serviços? Tecnicamente, o assunto "vácuo" demanda uma atenção especial. Há soluções. É só querer e abrir os olhos para o que é feito em outras provas mundo afora. Do jeito que está, os tempos e resultados dos atletas devem ser analisados com ressalvas.
A mudança de horário, pelo outro lado, foi bem vinda devido ao intenso calor nesta época do ano em Santos. Mas o que falar, então, da liberação do uso da roupa de borracha com a temperatura da água a 25 ou 26ºC? Pessoalmente, diante das minhas habilidades restritas na água, a roupa de borracha vem a calhar e sem ela meus tempos seriam bem menos vistosos. Mas não é correto e deveria valer a regra da ITU para esta distância, aplicada mundialmente, que determina que o uso de roupa de borracha é proibido quando a temperatura da água esta a mais de 22ºC.

Quanto ao meu resultado, fiquei satisfeito. Sempre fico. Sou muquirana, a inscrição é uma facada, então pelo menos quero tirar o máximo proveito.
Treino bem e piso fundo durante a prova, bem fundo mesmo. E deu no que deu:
pela 10ª. vez campeão na minha categoria, nesta que é a prova mais tradicional do calendário brasileiro de triathlon.
Valeu, Saucony!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O Triatleta Saucony Ivan Albano apresenta sua nova máquina!


O Triatleta da Saucony Ivan Albano, especializado em provas de Ironman inicia a temporada de 2012 mais motivado do que nunca! Ivan estará muito "bem calçado" nas provas de IM que irá fazer, sendo o primeiro desafio no dia 22 de abril quando competirá no Ironman da África do Sul. Ele será apoiado pela marca Suiça de Bikes BMC. Nos 42km de corrida, o "brinquedo" preferido dele é o Saucony Grid Type A4.
O relato de Ivan com relação ao seu novo apoiador: " O apoio da BMC vem para agregar mais força e motivação na minha carreira e se juntar com meus outros patrocínios e apoios, no sentido de conquistarmos metas ainda não atingidas. Sem dúvida esse apoio será primordial para melhora do meu desempenho, já que irei andar com a bike Time Machine TM01, tremendo foguete e equipada com DI2 e componentes PRO. Agora é acelerar ao máximo e torcer o cabo nas provas!!!"
Toda equipe Saucony lhe deseja uma ótima temporada!
At Saucony,

We Run!

Ivan Albano no Revezamento ASRD 2011



Saucony Grid Type A4 - O preferido de Ivan Albano


Neste domingo: Triathlon Internacional de Santos!



Neste domingo a 21ª edição do Triathlon Internacional de Santos abre a temporada nacional de provas de triathlon. Os principais triatletas do país estarão presentes na prova, sendo que no feminino, a triatleta Saucony,  Fernanda Garcia estará brigando pela vitória en sua cidade Natal. Após a conquista do vice campeonato no Troféu Brasil de Triathlon 2011, Fernanda embarcou para os EUA, realizando uma temporada de treinos em San Diego (CA).
Outro nome de muito respeito entre os amadores, é o veterano e multi campeão Joachim Doeding. Joaquim fez uma excelente temporada em 2011 conquistando o principal título do ano que foi o Campeonato Mundial de IM 70.3 em Las Vegas. Ele é favorito à vitória no domingo.
A Saucony deseja uma excelente prova aos seus atletas, e aos demais que estrão competindo!
At Saucony,
We Run!