Depois de vencer a primeira edição do Supertria, em Piriápolis, Uruguai, em Março passado, resolvi aceitar o convite da organização e defender meu título nesta segunda edição, em 26 de Novembro. Ciente da responsabilidade de largar com o número 1, me preparei bem para esta minha quarta e última prova de distância média do ano. A largada emhorário inusitado ao meio-dia e a atípica temperatura elevada para esta época do ano não facilitou a vida dos atletas. A natação com uso de roupa de borracha não somente liberado, mas necessário devido aos somente 18° C da água, foi tranqüila na protegida baía de Piriápolis. No percurso triangular de 1,9 km consegui me orientar bem e, sem afobação, nadei no ritmo correto, saindo da água na 14ª colocação. Na área de transição, em frente ao clássico e tradicional Hotel Argentino, sede do evento, em segundos troco roupa de borracha e óculos de natação pelo capacete aero e pela minha Kuota. Já pedalando forte desde o início, começo a recuperação e faço a primeira de muitas ultrapassagens antes da primeira subida. E serão muitas ainda pela frente neste montanhoso circuito de 80 kms em 6 voltas. Apesar de o percurso ter sido reduzido (normalmente provas de distância média têm80 kms de ciclismo), a altimetria não perdoa e massacra os atletas. O tempo passa e cada volta parece mais longa que a anterior. Finalmente vem a derradeira e o retorno à área de transição. Abro as sapatilhas, salto da bicicleta. Dispenso o capacete e em alguns segundos já estou correndo com meus favoritos Saucony Kinvara nos pés. A cabeça quer continuar avançando na velocidade do ciclismo, as pernas, desorientadas, não acompanham e limitam a minha velocidade à de um corredor. São quatro voltas na avenida beira-mar de Piriápolis. Já são cerca de 3 horas da tarde, mas, com a proximidade do verão, os dias mais longos nesta parte do hemisfério elevam a temperatura neste horário. No primeiro retorno controlo minha posição: meu pedal foi bom e estou em 5º lugar. Mas agora cabe extrair o máximo possível destes 21 quilômetros de corrida. No início, o vento que não fez falta no ciclismo, torna o calor insuportável. Meu ritmo está bom, mas na segunda volta tenho dúvidas, se vou conseguir mantê-lo. É a mente me testando. Na terceira volta entra uma brisa do mar para refrescar. A temperatura do motor baixa, sigo bem e passo pelo teste. Inicio a última volta motivado. Agora corro bem, sem ratear. Chega o último retorno. Falta pouco mais de 2,5 kms. Agora a cocheira chama e parto para o sprint final. Feliz, após 4h14min24seg chego em 4º lugar geral, atrás do multicampeão hors concours Ezequiel Morales e de outros dois atletas, respectivamente do Uruguay e da Argentina. Na minha categoria de idade venço com folga de mais de 24 minutos sobre o argentino Pedro Scordo.
At Saucony,
We run!
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