quarta-feira, 8 de junho de 2011

"Um vício saudável"



Todd Crandell é umtípico viciado” - uma varredura rápida de sua vida prova isso. Aos 13 anos, ele  tornou-se viciado em álcool, em seguida, evoluiu para  heroína, cocaína e crack – que tomou conta do seu dia-a-dia dos 13 aos 26 anos. Desde então Crandell está “limpo” e encontrou o que é sem dúvida um vício muito mais saudável: o triathlon.

Ao se livrar do vício do alcoól e das drogas, ele fez o seu primeiro triathlon há doze anos atrás, quando tinha 32. Quando Crandell decidiu tornar-se envolvido no esporte, ele não mediu consequencias, inscrevendo-se para três eventos de  Ironman antes mesmo de completar um short triathlon. “E sim, você adivinhou, após a primeira prova de short triathlon, a minha atenção estava voltada para o Ironman. Eu me inscrevi para três Ironman, pois eu estava muito animado para fazer parte deste esporte”, disse Crandell.
"Eu queria pelo menos competir em dois Ironman que eu estava inscrito até porque eu sempre teria que treinar constantemente."
Apesar de competir em uma série de provas o Ironman foi uma realização marcante, é a vida de Crandell antes do triathlon que mostra suas realizações atuais.

Crandell se lembra de ver a cobertura da TV no Ironman do Havaí quando estava com seus amigos drogados e imaginava correr a prova um dia. "Mesmo quando eu estava completamente fora de controle, no meu subconsciente eu sabia que queria ter a experiência de competir em um Ironman”.
Crandell, agora com 44 anos, tomou o primeiro gole de álcool quando ainda era um estudante ginasial e não ficou mais sóbrio durante 13 anos. "Eu acho que me tornei um alcólatra e um drogado rapidamente porque meu organismo não apresentava nenhum tipo de rejeição," Crandell disse. "Toda vez que eu bebia, só parava quando eu desmaiava." Ele lembra os dias quando ele acordava para vomitar sangue e começava a beber novamente. Crandell bebia meia garrafa de uísque por dia, geralmente acompanhada de 5 gramas de cocaína.
 Conseguia manter seu vício trabalhando em empregos como entregador de gelo, operário de obras e varredor de rua. Ele diz que quando não tinha alcool ou droga, consumia tranquilizantes e outros medicamentos. "Graças ao meu vício, perdi minha família, meus amigos e eu mesmo", lembra. Embora vivendo em Ohio, no auge de sua dependência, Crandell acordou em uma manhã na Flórida mas não selembra de como ele chegou .  Ele frequentou clínicas de reabilitação entre os 19 e 23 anos, mas a tentativa foi em vão. Ele se  lembra do dia14 de abril de 1993. Era meio-dia quando Crandell deu entrada no hospital, e seu índice de  álcool no sangue era de 3,6.
Uma leitura de 4,0 torna a pessoa em coma. Em 15 de abril, Crandell estavasóbrio”. Ele decidiu que, após 13 anos de abuso com alcool e drogas, ele estava pronto se desintoxicar primeiro para si, e em seguida para o resto da sociedade. Ele participou de encontros de Alcoolicos Anonimos, mas diferente do que achava, obteve pouca ajuda externa para sua recuperação. Seu foco agora era de ficar saudável.
Crandell começou então a jogar hóquei, um esporte que ele havia participado quando era mais novo, só para ver se alguns de seus talentos esportivos permaneciam vivos. Ele logo descobriu suas habilidades, e foi convidado para jogar no torneio semi-pro Estern Conferência Hockey League. Ele jogou por cerca de um ano, que lhe deu a confiança que precisava para perseguir um sonho ainda maior: o triathlon.
A madrasta de Crandell competiu em uma prova de triathlon local de sua cidade quando ele era criança, e ele sempre admirou o esporte - mesmo quando ele estava no ápice do seu vício. Então Crandell se inscreveu em sua primeira competição de short triathlon - e na sequência fiz a inscrição para o Ironman da Flórida, Califórnia e Canadá ao mesmo tempo. Crandell disse que seu primeiro Ironman assustou até a morte. Quando ele fez a inscrição, ele tinha pouca experiência com três disciplinas do esporte. "Quando eu disse ao meu pai que eu ia fazer um triathlon, ele disse, "Mas você nem sabe nadar direito!”, Pelo amor de Deus!"
Sem desanimar, Crandell saiu para seu primeiro treino de pedal, e foi atropelado por um carro. "Minha bike deu “perda total” e eu tive que esperar alguns meses antes para receber o dinheiro da seguradora”, disse Crandell. "Conseqüentemente, os meus treinos e competições foram prejudicados”. Crandell não participou do que seria sua primeira prova de triathlon já que não teria uma nova bike. Recebeu o dinheiro da seguradora 4 meses após o acidente e somente 2 semanas antes do IM da Florida em que estava inscrito. "Eu não tinha nenhuma ideia sobre um monitor de frequência cardíaca ou que você precisa de uma planilha de treinos para fazer um IM.” "Eu fui para a prova sem nenhuma noção ou referencia." Ele terminou a prova em 14h12m. Crandell na sequencia competiu no Ironman Califórnia, Canadá, Nova Zelândia eLake Placid. Foi adquirindo experiência nas provas seguintes e chegou ao recorde pessoal de 12h42m. "O Ironman para mim, é  um estilo de vida". "Eu me inspiro em mim mesmo quando estou competindo". Crandell é casado desde 1996 com sua esposa Melissa e tem dois filhos. Melissa acha que Crandell é excessivamente obsessivo com o Ironman, mas ela concorda que é melhor do que ser viciado em bebida ou drogas. E Crandell acha que sua formação esportiva contribui com sua vida familiar. "Eu estou mostrando aos meus filhos e minha esposa que o Ironman promove uma vida mais saudável através de muito treino  e dedicação que é preciso para competir". "Minha família e eu estamos tendo a chance de viajar pelo mundo e conhecer pessoas fantásticas tudo por causa de Ironman."
Ironia das ironias, Crandell passou a trabalhar como representante Farmacêutico. Ele tem uma autobiografia baseada em sua vida e recuperação.
Atualmente Crandell tem em seu curriculo 1 Ultraman, 16 Ironman (incluindo o Mundial de Kona), e 33 Meio Ironman, além diversas de Maratonas e corridas de rua.No dia 21 de Julho entrará em cartaz em alguns cinemas dos EUA um documentário contando sua vida. (http://www.runningwithdemons.com/). Um grande exemplo de vida à ser seguido!
*Esta matéria foi descrita na Revista Triathlete Magazine pela jornalista Betsy Redfern.

At Saucony,
We Run!

2 comentários:

ciro violin disse...

Muito legal!!!

Belo post

Anônimo disse...

Sou triatleta amador, e minha historia é quase igual a dele.
Sei bem o que ele passou. Estou limpo há 11 anos e 6 meses. Hoje é so satisfação e alegria.