“Eu não me recordo do seu nome, mas me recordo do seu rosto. Ele era japonês, e o que vou relatar aqui ocorreu na noite anterior ao Ironman do Havaí, em 1998. Eu estava retornando para o Hotel King Kamehameha, após o jantar pré-prova quando vi ele correndo na Ali’i Drive. Estava escuro e ele parecia estar passando por dificuldades, embora sorrindo com a sua dor.
Em um primeiro momento, achei que ele estava fazendo um treino de corrida, porém eu notei uma mulher chorando, e alguns familiares próximos à ela. Quando já estava próximo á eles, ele tropeçou e sua família queria ajudá-lo. Gritos de motivação e aplausos da família tornaram-se mais altos conforme ele se aproximava da pequena linha de chegada marcada no chão, onde seria montado o pórtico oficial de chegada da prova.
Assim que ele cruzou a linha de chegada sua família o abraçou e só então eu percebi o que acontecia. Com um ar de desconfiança, eu perguntei à sua esposa: “Por que você está chorando?” Ela me olhou e disse: É porque ele acaba de fazer o Ironman. Como ele não conseguiu se qualificar, resolveu fazer o percurso sozinho um dia antes. Nós o acompanhamos durante todo dia. Lágrimas escorriam do rosto dela de tamanha emoção, quando se virou e aproximou-se dos filhos. Eu me aproximei do simpático senhor e apertei sua mão. Olhando-me diretamente nos olhos, ele se curvou. Eu me curvei em retorno com respeito, admiração e um pouco de espanto. Queimado pelo sol e exausto, seus braços apoiavam nos ombros de sua esposa e sua filha. Não havia massagem, maca para deitar, sopa para tomar, nenhum barulho de torcida , não tinha camiseta de finisher muito menos medalha para levar para casa. Havia somente a satisfação de saber que ele levou 13 horas e 11 minutos do dia para completar a prova sozinho, por ele e por sua família.
Que tipo de prova pode motivar atletas a competir, mesmo quando não há competição?”
Mais um grande exemplo...
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